segunda-feira, 30 de abril de 2012

Trabalhador, construa bem o seu passado para ter futuro


     Avaliar um candidato a uma vaga de emprego é uma situação que ilustra o que se deseja demonstrar a seguir. A construção de uma carreira profissional bem sucedida é feita a partir de algumas passagens da vida pessoal e profissional de um trabalhador. Cada passagem dessas pode se tornar uma interessante linha a constar no curriculum vitae – que traduzido literalmente significa “curso da vida”. Assim, nossa profissionalização é fruto da construção de experiências já realizadas ao longo de nossas vidas, portanto, já passadas.

Sabemos que ter uma boa base escolar, aliada a uma formação profissional bem reconhecida, é fundamental para a conquista de postos mais valorizados e bem remunerados no competitivo mercado de trabalho. Porém, associamos diretamente a essa receita a expectativa de um futuro melhor. Tudo certo até aqui, exceto pela incerteza inerente ao próprio futuro, já que não temos quaisquer garantias sobre ele.  Que fazer então?

O futuro é sempre uma aposta. Já o passado é perfeitamente estático, isto é, imutável. Dessa maneira, seremos muito mais felizes em nosso objetivo de construir um passado que um futuro. De tal forma, a realização de um robusto histórico pessoal e profissional é a chave para se diferenciar na carreira profissional.

No serviço público, os concursos seletivos, hoje disputadíssimos, baseiam-se no estoque de conhecimentos teóricos, objetivos nas suas provas, favorecendo os candidatos que mais estudaram e possuem melhor habilidade de responder as provas dessa natureza. Sendo assim, favorece aos que já dedicaram mais horas de estudos aos assuntos avaliados, ou seja, os que têm mais passado dedicado a esse fim. Na iniciativa privada, a seleção de currículos também se dá pela lista de experiências vividas e pelos resultados já alcançados em funções anteriores. Novamente, somos avaliados por nosso passado.

Diante dessas constatações, nossos atos do dia a dia se transformarão nas linhas que constarão em nossos currículos profissionais. Zelar por nossas atitudes, pelo desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos deve ser uma fórmula ao alcance de todos que sonham com uma bela realização profissional. Posto isso, vemos que não só um bom conteúdo teórico será suficiente para a conquista da realização no trabalho, mas, acima de tudo, as boas atitudes. Aquelas que nos tornam pessoas bem sociáveis, capazes de trabalhar em equipes, integradoras, confiáveis e éticas – essas são as verdadeiras garantias de longevidade e progresso na profissão.

O trabalhador formal, o autônomo e até mesmo o empresário serão excluídos de qualquer convivência duradoura no ambiente econômico se não agirem com bons modos. Tal profissional pode ser a maior autoridade em determinado assunto, possuir um vasto conhecimento e domínio teórico do tema, mas sendo uma pessoa intratável não logrará êxito no trabalho. E isso será registrado definitivamente em seu passado.

Jack Welch, ex-presidente da GE – General Eletric, considerado “O Executivo do Século” pela revista Fortune, disse certa feita durante um debate em uma universidade americana, quando perguntado sobre “o que se deve dizer a um jovem que almeja uma brilhante carreira profissional para que tenha sucesso:”  “Apenas duas palavras”, gerando grande expectativa no curioso auditório e completou: “boas maneiras!”.

Por certo, vemos com frequência a dificuldade de jovens obterem o primeiro emprego. Contraditoriamente, os que têm “mais futuro” são os que enfrentam maiores barreiras no acesso ao trabalho. Por isso, reafirmamos: estudar, fazer cursos profissionalizantes, estagiar, participar de trabalhos voluntários e comunitários é a fórmula para a geração de um bom e imutável passado.   Invista em sua formação profissional e na construção de uma rede de relacionamentos saudáveis, afinal, o bom futuro será fruto de um passado bem avaliado.



Publicado no jornal Cinform em 30/04/2012 – Caderno Emprego


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