terça-feira, 1 de novembro de 2011

PRONATEC : Vida ao Ensino Médio

 

     Recentemente a Presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei que institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego – PRONATEC.  Trata-se de uma importante iniciativa voltada a fomentar a formação e qualificação profissional de brasileiros de menor renda para melhor integração na economia formal. Este programa garante o acesso de estudantes de ensino médio, educação de jovens e adultos – EJA_, trabalhadores e beneficiários de programas federais de transferência de renda a cursos profissionalizantes custeados pelo governo federal.


     Temos que considerar que todos os passos dados no sentido de aumentar o acesso à educação (qualificada) é fundamental para a competitividade do Brasil no ambiente globalizado de hoje. A educação é o único caminho para o futuro próspero de qualquer nação na moderna e majoritária economia do conhecimento. Nesta, o capital intelectual, representado pela escolaridade, pesquisa, empreendedorismo e inovação, juntamente com o capital social nas suas diversas formas de relações de confiança e pertencimento grupal, são os determinantes do sucesso econômico. Deste modo, todo avanço educacional é bem-vindo e imprescindível.


     O nosso foco em questão é o agonizante ensino médio brasileiro, sobrevivente de uma profunda crise existencial. Se, por um lado, não responde às perguntas naturais de seu público alvo, adolescentes, em sua maioria, conectados em redes e inundados de informações digitais de baixa qualidade e fidedignidade, do outro lado, temos um ensino médio que não oferta aos jovens segurança nem competências para o trabalho que se avizinha.


     Devemos ser exigentes com a educação de nossos jovens, para que se possa romper, de uma vez por todas, os ciclos perversos de pobreza institucionalizada, rico manancial de votos para os maus políticos. Precisamos aprender a sonhar alto, a não nos contentarmos com o medíocre e a não aceitarmos desculpas fajutas que tentam justificar a baixa qualidade do ensino. Como cidadãos, devemos cobrar de todos uma educação comprometida com o contexto real e com a conquista da liberdade. Aliás, a liberdade é a grande culminância da educação. Só educados, verdadeiramente, seremos livres para exercermos nossas escolhas conscientemente.


      “De resto, abomino tudo aquilo que me instrui sem aumentar e estimular imediatamente a minha atividade”, dizia Goethe, poeta e visionário alemão do século XVIII.  Ou seja, só desejamos a educação que nos fortaleça o pensar através da ação e da atitude. Se não atender a tal premissa, tem-se cultura-inútil e indesejada pelo aluno-vítima.


     Nesse novo cenário redesenhado pelo PRONATEC, o ensino médio ganhou um poderoso aliado no fortalecimento da autoestima dos alunos, no desenvolvimento de talentos e na aplicação direta de conhecimentos escolares: a educação profissional. O contato dos jovens com instrutores, profissionais de diversas áreas do conhecimento e da tecnologia se torna um excelente estímulo ao amadurecimento pessoal e ao compromisso com o próprio futuro. A educação profissional, especialmente aquela realizada por meio de cursos técnicos concomitantes com o ensino médio, materializa o importante, mas até então raquítico, pilar da educação “Aprender a Fazer” dentro da escola.


     Cabe agora a todos que trabalham com educação, estimular nossos alunos das redes públicas a fazerem suas escolhas na direção de uma formação profissional qualificada, chave para o acesso ao emprego melhor remunerado e ao curso superior mais claramente escolhido. Ambos, caminhos capazes de assegurar uma ascendente mobilidade social e a consolidação de uma classe média preponderante como estrato social brasileiro.


     Merece registro a integração entre os principais agentes de educação profissional do país na formulação do PRONATEC, capitaneada pelo MEC. Os Institutos Federais, as Entidades integrantes do Sistema “S”, as Secretarias Estaduais de Educação que convergiram sabiamente para um só objetivo: melhorar a educação no Brasil. Afinal, como disse o estadista francês Charles de Gaulle, “não se pode governar um país que tem 246 variedades de queijo”. 




           Publicado no jornal Cinform em 31/10/2011 – Caderno Emprego
Publicado no Jornal do Comércio / SE – Editorial out/2011



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