Sempre que
estou ensinando empreendedorismo para alunos de pedagogia, convido a um
exercício que revela limites que impomos à própria realidade, maculando a nossa
percepção. O exercício consiste em discutir livremente a criação de uma escola qualquer,
regular, de idiomas ou profissionalizante. Em geral, os alunos se entusiasmam
com a ideia e vão transpondo para o papel o projeto com fervor. A discussão origina
sempre no modelo do prédio, tamanho das turmas, mobiliário, número e professores,
área de recreação, localização da escola, salários e até o estilo da sala do
diretor. Alguns raros “projetistas” vão ao modelo de negócio, finanças,
viabilidade econômica e retorno sobre o investimento, a rigor, assuntos mais
vitais ao empreendimento do que o estilo do prédio e da sala do diretor. Ficam
ausentes, por exemplo, propostas de Educação a Distância - EaD - e os métodos
pedagógicos que servirão de base para o trabalho escolar.
Isso demonstra
o quanto estamos aprisionados ao paradigma das formas e das estruturas físicas
na nossa visão de mundo. Todavia, a avassaladora tendência atual é priorizar os
fluxos ao invés das formas. As modernas indústrias são desmontáveis ou
descartáveis. Algumas são projetadas para durar o mesmo tempo que a campanha de
fabricação de seus produtos, como a das impressoras HP, o que nos desfaz a
imagem de fábrica como algo definitivo, pesado e irreversível. Assim, podemos
transportar esse modelo para a escola que deve priorizar os fluxos de ensino e
aprendizagem, mas não as suas estruturas físicas, como no caso de uma escola na
modalidade EaD.
Esse é o
novo mundo da economia do conhecimento, onde o patrimônio é tão imaterial
quanto o “software” ou a reputação de
uma empresa. Mundo esse, que já responde pela maior fatia do PIB mundial e que
circula por meio de linhas telefônicas, dispensando portos e estradas. Também
que oportuniza o surgimento de novos e impensáveis modelos de negócios
amparados pela colaboração de milhares de anônimos cidadãos capazes de
construir uma exitosa Wikipédia e, paralelamente, assistir à derrota da poderosa
enciclopédia Microsoft Encarta, ancorada em um modelo comercial ultrapassado.
Nesse
cenário, o Senac dá um salto qualitativo ao lançar sua nova marca. Uma
instituição com mais de 60 anos de existência, dona de grande passado, validado
pelos serviços prestados, dá um passo corajoso e integrador ao lançar essa nova
identidade visual com adesão unânime dos regionais brasileiros. A nova marca
faz essa passagem, sem ruptura com as coisas boas do passado ao aposentar uma
marca criada em 1969, muito bem sucedida, porém, fruto de um Brasil que já não
existe, na qual, a solidez das formas e a monocromática se revelam emblemáticas
para uma nova marca criteriosamente estudada, mais leve, colorida, dinâmica,
fluída, que alia bem a percepção de mobilidade social e o dinamismo da moderna
economia, com a visão de futuro institucional e o empreendedorismo.
Inspirada na
ideia de um avião, a marca estreante reforça a competência que buscamos
incansavelmente para oferecer sempre o melhor aos nossos estudantes. Competência
refletida nas três cores: profunda do
azul - associada ao conhecimento; expansiva
e atuante do claro alaranjado – simbolizando as habilidades; ambas mediadas pela apaixonada cor laranja - que irradia
nossas atitudes simpáticas. Ademais,
a existência das asas indica a faculdade cognitiva: “aquele que compreende tem
asas”.
Com tais
asas, alçaremos longos voos a novos e desconhecidos lugares, porém, muito seguros
e planejados. Igualmente, não iremos abdicar da terra firme, sedimentada por
décadas de bons serviços em educação profissional, para as imprescindíveis aterrissagens
e decolagens.
Raras
instituições dispõem de tão nobre histórico e, ao mesmo tempo, conseguem se
expor ao risco típico dos empreendedores. Desse modo, a sociedade espera por inovação,
desde que se perpetuem os mais nobres valores. Daí, o Senac, como ninguém, pode
parafrasear o escritor Eduardo Galeano e dizer: “Temos um esplêndido passado
pela frente!
Publicado no jornal Cinform em 13/08/2012 – Caderno Emprego
Essa nova marca não é apenas novas cores ou significados, é o fruto de um excelente trabalho com mais de 60 anos de existência e inúmeros casos de sucesso por todo o país. Desta forma, o Senac/Se, representado através do Diretor Sr. Paulo do Eirado, vem trazendo durante anos, novas idéias e bons frutos através da educação voltada para para a aprendizagem comercial e demais.
ResponderExcluirQuero também dizer que gostei quando o Sr. Paulo fala sobre investimentos na Educação ao invés de estruturas físicas, realmente as pessoas de hoje, principalmente os alunos pensam muito nesse tipo de ideia e acaba esquecendo do mais importante que é o investimento e melhoria da educação, afinal, aprendemos com a educação e não com estruturas físicas. Sei que estruturas são importantes para educação porque trás ainda mais aquela vontade dos alunos assistir uma aula com salas bem equipadas, mas, primeiramente EDUCAÇÃO!
Fico tranquilo por quaisquer decisões como essas que venham a ser tomadas, porque sei que a frente dessas decisões existe pessoas como o Sr. Paulo e demais funcionários da mesma, que irá fazer e trazer o melhor para o presente e futuro de nossa instituição.
Desde já agradeço por seus textos enriquecedores de conhecimentos...
Sem mais,
Lucas Mota de Oliveira
Graduado em Análise e desenvolvimento de Sistemas.
Instrutor de formação profissional (Senac/Se) Unidade Móvel
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almeida.lg@hotmail.com
Lucas,
ResponderExcluiro conhecimento é próprio do ser humano. Nenhuma máquina ou outro ser o possui. Assim, educar é trabalhar o humano, acima de tudo.
Conhecimento é um bem intangível e imaterial, porém, a cada dia mais valioso.
Obrigado por seus comentários.