A OIT - Organização
Internacional do Trabalho adotou, em 1944, a Declaração de Filadélfia como
parte integrante de sua Constituição, reconhecendo que
"todos os seres humanos, independentemente de raça, credo ou sexo, têm o
direito de buscar seu bem-estar material e seu desenvolvimento espiritual em
condições de liberdade e dignidade, de segurança e de igual oportunidade".
Esta Declaração serve de base para a formatação de políticas públicas e a
projeção de metas de desenvolvimento social em inúmeros países, inclusive no
Brasil.
Mas, será possível
existir oportunidade sem empreendedorismo? Ora, oportunidade é definida no Houaiss
como “ocasião favorável para a realização de algo”, ou seja, um ensejo para se
empreender uma realização. Ainda, este mesmo dicionário nos diz que empreendedorismo
é “disposição ou capacidade de idealizar, coordenar e realizar projetos,
serviços, negócios”.
Empreendedorismo
é, na verdade, a arte de realizar sonhos. A partir disso, não há limites para
quem é persistente e possui os conhecimentos necessários. Assim,
empreendedorismo se torna uma capacitação possível a qualquer pessoa que se
disponha a ter as atitudes e os comportamentos necessários para “fazer
acontecer” oportunidades.
O sucesso em
qualquer campo de atuação humana é, em ultima instância, fruto da sua ação
empreendedora e da luta cotidiana focada em atingir objetivos. Em geral, são
empreendedores todos aqueles capazes de trabalhar hoje sem perder o olhar no
futuro.
Transcrevemos a
partir do livro “O poder da atitude”,
de Alexandre Slivinik, esse exemplo bastante emblemático da história de um dos políticos
mais famosos do mundo: “ele montou um negócio em 1831, mas não deu certo. Foi
derrotado na candidatura a vereador em 1832. Fracassou em outro negócio em
1834. A noiva faleceu em 1835. Teve um ataque de nervos em 1836. Foi derrotado
em outra eleição em 1838. Foi derrotado para o Congresso em 1846. Foi derrotado
para o Congresso em 1948. Foi derrotado para o Senado em 1855. Foi derrotado para
a vice-presidência em 1856. Foi derrotado para o Senado em 1858. Foi eleito Presidente
da República dos Estados Unidos em 1860. Seu nome? Abraham Lincoln. Um dos mais
notáveis estadistas da humanidade”.
Com efeito, a
persistência é característica obrigatória nos homens e mulheres de sucesso.
Steve Jobs foi expulso de sua própria empresa, a Apple, após lançar o
Macintosh. Por cinco anos desenvolveu tecnologias para a produção de filmes
animados por computador em sua nova empresa, a bem sucedida Pixar, e retornou à
Apple para salvá-la da insolvência, com sucesso. Albert Einstein também foi
expulso da escola, porque não tinha capacidade para aprender, mas a história
comprovou a genialidade dele. Nelson Mandela, após passar 27 anos na prisão, se
elegeu presidente da África do Sul e se consagrou como o maior líder da África
Negra, tendo sido agraciado com o Premio Nobel da Paz.
Exemplos como
esses nos fazem ver o valor do empreendedorismo como instrumento de superação
de adversidades. Dele, aprendemos que sempre que vislumbramos metas a alcançar
nos fortalecemos no enfrentamento dos inúmeros obstáculos cotidianos. Assim,
mitigamos o impacto que essas adversidades nos impõem e somos mais criativos
nas soluções delas. Porém, quantos potenciais Lincoln, Einstein, Jobs e Mandela
se perderam nos ideais deles pela falta de capacidade empreendedora? Talvez já
tivéssemos a cura do câncer, a fórmula da paz mundial, a equação que resolveria
a exclusão social e a degradação ambiental. Quem sabe essas soluções chegaram a
alguma cabeça que recuou no primeiro obstáculo?
Não há como falar
em igual oportunidade, princípio fundamental das modernas políticas sociais, de
forma dissociada da educação empreendedora – o aprender a fazer – que deve
estar presente em todos os níveis da escola regular, assim nos diz a UNESCO.
Isso, porque até a sorte é definida como o encontro da oportunidade com a competência
de empreender. O resto é ilusão!
Publicado no jornal Cinform em 23/07/2012 – Caderno Emprego
Publicado no jornal Cinform em 23/07/2012 – Caderno Emprego
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