Existem quatro
temperamentos humanos distintos e cada pessoa possui um único que é resultante
da combinação deles. Nesta edição, vamos focar mais precisamente nas qualidades
inatas destes e em seus reflexos no humor das pessoas, já que são construídos a
partir de dois pilares fundamentais: energia e excitabilidade.
Por energia devemos entender a disposição
pessoal para utilizar do poder e da força. Por excitabilidade, compreenderemos
a sensibilidade a estímulos externos. Vistos a partir de um plano cartesiano,
os temperamentos se polarizam ao definirem afinidades entre quadrantes vizinhos
e oposição entre os polos. Consultorias em gestão de recursos humanos nas
empresas nos fazem entender mais sobre os temperamentos de duas formas:
O primeiro é o melancólico – terra -,
possuidor de alta energia e baixa excitabilidade. Voltado para dentro de si,
camufla seu potencial energético. É o mais questionador, filósofo, planejador.
Movimenta a vida com as idéias. Costuma ser perfeccionista, sensível,
analítico, abnegado e amigo leal. É introvertido e raramente se impõe. Para ele,
a vida é difícil e não tem muitos enfeites. Costuma considerar que temos que
pensar com mais seriedade.
Fisicamente, o melancólico
possui olhos sem brilho e pálpebras pesadas, que lhe conferem uma aparência
cansada, especialmente pela manhã. Na postura, gosta de manter a cabeça
inclinada para frente ou para os lados e os ombros caídos. Seu andar é pesado,
refletindo o peso gravitacional que o elemento terra lhe dá.
É muito intuitivo e têm
forte apego ao passado. Não foge do sofrimento, mas por outro lado, parece que
ele o atrai. Aprofunda-se nos assuntos, é persistente, fiel e cumpridor dos
deveres.
Chopin, famoso músico, é
um forte exemplo de melancólico. Também, a música ‘Nem um dia’ de Djavan se
estrutura numa atmosfera de evidente melancolia. Na Bíblia, o representante é
Moisés.
No trabalho, orienta-se
pelo horário, exige altos padrões de desempenho, é econômico, ordeiro, gosta de
gráficos e tabelas, é minucioso e detalhista.
Essa típica energia
interior faz do melancólico um artista nato para artes mais intimistas como a
poesia e a pintura. Tem vocação para a educação, à pesquisa e à invenção. Seu
olhar profundo lhe dá compreensão superior na observação de fenômenos naturais
e relacionamentos humanos. Porém, carece de apoio externo para realizar suas
idéias.
A segunda forma é a do
sanguíneo – ar -, possuidor de baixa energia e alta excitabilidade, é voltado
para fora, dotado de elevado dinamismo e superficialidade. É uma pessoa
amigável, calorosa e simpática. Atrai as pessoas como se fosse um imã. Tem boa
prosa, é otimista e despreocupado. Faz o tipo que alegra a festa. Adapta-se
como ninguém ao meio ambiente e se ajusta aos sentimentos alheios. Seus olhos
brilham e sua boca está sempre pronta para falar alguma coisa.
Caracteriza-o ainda o
andar leve e flutuante, como se desconsiderasse a gravidade. Assim como o ar,
seu elemento, o sanguíneo, preenche todos os espaços e o induz a fazer várias
coisas ao mesmo tempo. Não tolera normas e rotinas, vive o presente exterior e
tem dificuldade de se fixar em um assunto. Reage e se empolga com estímulos externos.
A aptidão pela música é
tão forte que nos permite confirmar que o som só se propaga através do ar, seu
elemento. Mozart, compositor, é um clássico exemplo, com sua genialidade e
leveza musical. Típica, também é ‘A festa’ de Ivete Sangalo. Parece ser o
temperamento majoritário da Bahia, com sua festa inesgotável e a frenética
renovação de ritmos, danças e ausência de rituais disciplinados, exceto o de
mandar a galera ‘tirar o pé do chão’.
A capacidade de adaptação
aliada ao desejo de ser o centro das atenções faz do sanguíneo um artista nato
do teatro e da música. Na Bíblia, Eva revela a natureza desse temperamento ao
se deixar seduzir inconsequentemente.
No trabalho, é excelente
vendedor, relações públicas, orador, recepcionista, enfim, desenvolve bem atividades
que envolvem interação rotativa entre pessoas.
Como se vê, opostamente ao
melancólico está o sanguíneo. Assim, convém evitar a interação forte entre
ambos nos ambientes de trabalho e escola, ou um irá exaurir o outro.
(continua)
Publicado no jornal Cinform em 01/08/2011 –
Caderno Emprego
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