Ao final da nossa apresentação sobre o tema, apresentamos nesta edição mais dois temperamentos. O calmo fleumático e o forte colérico, opositores naturais. O fleumático – água - é possuidor de baixa energia e baixa excitabilidade. Voltado para dentro de si, está sempre ligado no seu próprio metabolismo. É calmo, acessível, agradável, e por isso, trabalha bem com os outros. É uma pessoa eficiente, conservadora, digna de confiança e espirituosa.
Fisicamente, o fleumático
possui, em geral, olhos pequenos e sem brilho, mas o olhar, diferentemente do
melancólico, é disposto e amigável. No seu rosto, tudo tende mais para o
arredondado, o esférico, o que se traduz em uma expressão facial amável. Seu
andar é bamboleante tal como se faz ao pisar na água.
Gosta de se sentar para
observar a pressa dos outros, sem se envolver diretamente nessas atividades e
achando tudo divertido. Caracteriza-se também por adorar viver nos processos da
gustação e desfrutar os importantes processos de ingestão de alimentos. Tende à
obesidade e é fortemente ligado nos processos vitais. Vê o corpo como um
laboratório de processamento do humor, isto é, se o metabolismo está bom, assim
também estará o humor.
Vive muito no presente
interior, tem facilidade de observar tudo o que se passa à sua volta, mas não
costuma reagir. Tem alguma lentidão para entender o que lhe dizem assim como
para agir. Contudo, uma vez entendido, gravará para sempre a informação. É um
músico tranqüilo, a exemplo do instrumentista que toca um contrabaixo em um
grupo de jazz ou rock, ou seja, destaca-se pela estabilidade em oposição aos
demais da banda. A música ‘Deixa a vida me levar’, de Zeca Pagodinho, revela a
fleuma típica. Na Bíblia é representado pelo cauteloso Abraão, que sempre
precisou de estimulo externo para agir.
No trabalho é altamente
organizado, zeloso, cuidadoso, persistente, tradicionalista e metódico, além de
preso às normas. O aspecto negativo é a tendência à morosidade e indecisão. Em
contrapartida, aceita como ninguém as rotinas mais rígidas.
Suas características são
inigualáveis para artistas plásticos, cientistas, médicos, humoristas,
auditores, contadores, diplomatas, professores, pesquisadores, dentre outras
atividades que exigem disciplina e dedicação.
Por fim, o temperamento
colérico – fogo, possuidor de alta energia e alta excitabilidade, é típico da
pessoa aparentemente brava, líder, exigente, cumpridora dos deveres. Gosta de
fazer as coisas e de vê-las terminadas. Extrovertido, sua cabeça fervilha de
idéias otimistas. Seus olhos brilham irradiando o fogo interior da
personalidade.
Quanto à forma de andar, o
colérico pisa no chão com passos firmes, com o peso recaindo sobre os
calcanhares. Em seu rosto, predomina a mandíbula e o pescoço é curto. É notável
neste temperamento o predomínio do querer, que se caracteriza pela tendência de
impor suas vontades sobre as dos outros, chegando facilmente a agir de forma
impulsiva ou instintivamente. Costuma ter o chamado ‘pavio curto’.
Possui forte vínculo com o
futuro e, por isso, precisa agir permanentemente. A energia do corpo necessita
ser convertida em ações concretas e em enfrentamentos difíceis. Beethoven é um
exemplo de compositor colérico, com suas peças completas e bem definidas. Mais
popular, parece convergente o estilo musical de Alceu Valença.
Negativamente, costuma
desprezar os que fracassam, toma decisões inquebrantáveis – é ‘cabeça dura’, se
impõe acintosamente e tende a ser precipitado. A capacidade de realização
aliada ao desejo de liderar e persuadir os demais faz do colérico um
empreendedor nato. Dotado de espírito guerreiro, é ele que pavimenta a estrada
por onde a humanidade caminhará.
Na Bíblia, Paulo revela as
qualidades desse temperamento, antes de conhecer Jesus, quando era
implacavelmente cruel com seus oponentes. No trabalho, possui a invejável
performance de prosperar debaixo de oposição. Esbanja confiança, tem visão
global, insiste na produção, é prático e realiza metas. Opostamente ao
fleumático está o colérico. Devemos evitar a forte interação ou dependência
mútua no trabalho e na escola, ou não se suportarão.
Publicado no jornal Cinform em 15/08/2011 –
Caderno Emprego
Nenhum comentário:
Postar um comentário