quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O Senac comprometido com os novos tempos


A proposta do Senac neste próximos dias é desenvolver um trabalho diferenciado com muita inovação, criatividade e formação continuada do seu corpo docente, capacitando-o para que a qualidade de ensino seja sempre de excelência. Na capital sergipana, temos um CFP - Centro de Formação Profissional - e mais cinco anexos para atender com conforto os alunos. Todo o prédio da Av. Ivo do Prado passa por uma grande reforma e construção do moderno Salão de Beleza-Escola que será referência em tecnologia de imagem pessoal. Igualmente, a acessibilidade total das nossas instalações se torna realidade com o intuito de adequá-las à lei e dar maior autonomia e segurança às pessoas com deficiência. Um novo CFP, na Av. Maranhão, com uma moderna escola de Tecnologia da Informação e Produção Cultural, será inaugurado com inúmeros novos cursos. Da mesma forma, o tradicional Cacique Chá irá retomar o charme daquele local onde grandes personalidades sergipanas passaram e deixaram sua contribuição. Vamos reacender a memória de Aracaju e oportunizar novas capacitações nessa Confeitaria-escola.

Expandindo a presença no interior de Sergipe, o Senac está em Lagarto, Tobias Barreto, Itabaiana e, brevemente em Estância e Nossa Senhora da Glória. Bem como, em todo o Estado por meio da Unidade Móvel.

Com o Programa Senac de Gratuidade, o  Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – e convênios com o Poder Público, a população sergipana tem cursos gratuitos em larga escala. Em 2013, mais de 1% da população de Sergipe estudou gratuitamente no nosso Senac e recebeu  Certificado, válido em todo Brasil. Contamos ainda, com a Plataforma de Engajamento - Senac Pleno, que tem por objetivo oferecer aos alunos mais que a formação obrigatória ou legal, por meio de vivências em atividades transversais.  A Confeitaria da Páscoa; o Festival de Música Digital; a Oficina Curta Senac Pleno; o Prêmio Pronatec-Empreendedor (3º lugar no Brasil), foram  alguns dos projetos exitosos desenvolvidos pelos alunos. Esse ano, teremos muitas novidades. Aguardem.

 O Senac também encaminha seus alunos para o mercado de trabalho através do Banco de Oportunidades com o intuito  de atender as demandas das empresas por bons profissionais. Nossa realização se dá após a entrega do diploma, ao vermos as positivas transformações ocorridas na vida pessoal e profissional dos nossos egressos que a excelente formação profissional propiciou.

Dessa forma, desejamos aos novos líderes, votos de grandes realizações na gestão do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, ao que toda Família Senac se une por meio do trabalho e do compromisso de honrar a nobre missão de nossas Instituições.

Publicado na Revista Fecomércio SE - Jun/14, nº 14

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Tirando conclusões precipitadas

Diante da divulgação dos selos de eficiência energética do consumo de combustível dos carros nacionais pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia Inmetro -, o Sr. José, decide trocar seu antigo furgão beberrão, capaz de consumir um litro de gasolina a cada seis quilômetros, em média, por um novo modelo bem mais econômico, levando assim, o felizardo Sr. José a rodar oito quilômetros por litro. Uma economia de 33%, em média.
 Bem mais antenada com as questões ambientais, a jovem Joana, consultando a mesma lista do Inmetro, decide trocar seu já econômico sedan, capaz de fazer 20 km/l, por outro que garante fazer inacreditáveis 30 km/l. O que assegura a Joana uma economia da ordem de 50% no consumo médio de gasolina. Considerando que ambos rodam iguais 20 mil quilômetros por ano, responda qual deles mais contribuiu para o meio ambiente a partir de suas decisões?
Certamente, a resposta imediata é que a jovem Joana com a redução de 50% de consumo mais contribuiu com o meio ambiente que o Sr. José. Contudo, essa é uma resposta precipitada e incorreta. Posto que cada qual ao rodar iguais distâncias anuais de 20 mil quilômetros, leva a Joana, que gastava 1000 litros de gasolina, a gastar 666,7 litros com o novo carro, economizando 333,3 litros.
Já, o Sr. José e seu furgão antigo que consumia 3.333,3 litros por ano, agora gasta 2.500 litros com seu novo veículo. Uma economia, portanto de 833,3 litros no mesmo período. Ou seja, ele contribuiu de forma mais eficaz para o meio ambiente que a Joana, a partir da medida adotada.
O exemplo acima foi adaptado a partir do excelente livro “Rápido e devagar, duas formas de pensar” de Daniel Kahneman, Prêmio Nobel de Economia. Ele demonstra que possuímos dois sistemas mentais disponíveis: O Sistema 1, de respostas imediatas, sede de nossos preconceitos e tão cheio de certezas quanto raso – que optou por Joana; e, o Sistema 2 que realiza as operações mais complexas do pensar, capaz de nos apresentar a dúvida e a incerteza como seu próprio domínio natural – que demonstrou matematicamente a resposta, concluindo pela economia do Sr. José.
O uso do Sistema 2 é oneroso. Ele exige concentração e isolamento durante seu funcionamento. Exemplos de ação desse sistema: resolver quanto é 17 x 49 “de cabeça” ou aguardar o tiro de largada numa prova de corrida. Por isso, evitamos recorrer a esse sistema mental que traz desconforto cognitivo. Contudo, é a principal arma do intelecto e, como tal, precisa ser exercitado para não se tornar preguiçoso.
Contrariamente, o Sistema 1 funciona no automático, gerando a maior parte das respostas que precisamos durante nossas rotinas normais ou diante de questões simples, tipo quanto é 2 + 2; ou olhar, naturalmente, para os lados antes de atravessar uma rua; ou ainda ao responder prontamente “quantos animais de cada espécie Moisés levou na arca?”.
A passagem do Sistema 1 para o Sistema 2 ocorre diante de dúvidas ou de situações mais formais, além de estranhamentos. Acontece, por exemplo, quando percebemos que não foi Moisés que levou animais na arca, e sim, Noé. Um momento desse acionamento do Sistema 2 está no conto “O valor de um tesouro escondido”, da tradição oral Sufi, a seguir:
Vivia na China um sacerdote rico e avarento. Amava joias e as colecionava, acrescentando constantemente novas peças ao seu maravilhoso tesouro escondido, que guardava a sete chaves, oculto de olhos que não fossem os seus.
O sacerdote tinha um amigo, que um dia o visitou e manifestou interesse em ver as joias.
- Seria um prazer tirá-las do esconderijo, e assim eu poderia olhá-las também.
A coleção foi trazida, e os dois deleitaram os olhos com o tesouro maravilhoso por longo tempo, perdidos em admiração.
Quando chegou o momento de partir, o convidado disse:
- Obrigado por me dar o tesouro.
- Não me agradeça por uma coisa que você não recebeu – disse o sacerdote. – Como não lhe dei as joias, elas não são suas, absolutamente.
- Como você sabe – respondeu o amigo, - senti tanto prazer admirando os tesouros quanto você. Por isso, não há essa diferença entre nós como você pensa. Só que os gastos e o problema de encontrar, comprar e cuidar das joias são seus.

    Publicado no Jornal Cinform em 18/08/2014 - Caderno Emprego
      Publicado na revista Ti&N, ed. n.20 - out/2014


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Liberdade, Igualdade e Fraternidade nos negócios


O famoso lema da Revolução Francesa encerra nas três palavras ideais uma sabedoria que transborda o efeito de marketing ou de engajamento revolucionário. Desde então, elas formam um tripé de princípios que balizam o modelo social do ocidente. Daí decorre, por exemplo, a divisão do Estado em três poderes correlatos: Legislativo, Judiciário e Executivo.
Contudo, se pode observar que falhamos no entendimento e na aplicação desses princípios. Talvez, não tenhamos, enquanto sociedade, maturidade e racionalidade suficientes para que a ordem social flua com baixos conflitos de interesses. Também, nos cega a visão a paixão por ideologias raquíticas, frente à complexidade da sociedade contemporânea e do próprio homem, ainda o mais desconhecido objeto de estudo.
Ao longo da história, países assimilaram esses princípios ordenadores de forma gradual e em prazos distintos. Por certo, o primeiro princípio desejado e institucionalizado foi o da Liberdade. A Constituição Americana, de 1791, dispõe no seu primeiro aditivo: Liberdade de religião, de discurso, de imprensa e de livre associação. De igual modo, os movimentos pelo fim da escravidão varreram todo o planeta, apesar da derradeira Mauritânia só haver abolido em 1981 - inacreditável.
De forma empolgante, o princípio da Liberdade vasou dos espaços do pensar humano para a ação, tornando-se base do sistema econômico e, assim, distorcendo a harmonia, pela imposição do capital sobre todos os demais pilares das estruturas sociais. Extremamente motivador, o capitalismo se alia ao impulso natural do livre-arbítrio desviando-o de seu curso saudável para transformá-lo, facilmente, em egoísmo pragmático. Então, podemos ver claramente que a vida econômica não deve ser gerida, a priori, pelo pilar Liberdade.
A Igualdade é o segundo clamor social assimilado pelas constituições dos países. É mais recente que o desejo de liberdade e está muito presente, especialmente quando tratamos de Direitos Humanos: Igualdade de gênero, respeito a etnias, garantias de direitos individuais, acesso igual a pessoas com deficiência ou casamento entre pessoas do mesmo sexo. Enfim, todos devem ser tratados igualmente pela Lei.
     A Declaração Universal dos Direitos do Homem - DUDH, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, dispõe: “Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei”. Diante da clareza dessa Resolução, devemos clamar por justiça contra todo ato que atente contra a dignidade humana. Contudo, mais uma vez erramos quando aplicamos o princípio da Igualdade na vida econômica. Crer que pessoas possuem as mesmas motivações interiores ou a mesma capacidade produtiva é forçar uma realidade insustentável e perversa com as individualidades. Toda ação humana, inclusive o trabalho, é única, portanto desigual. Deixamos uma assinatura no que fazemos, pois nosso agir é uma extensão de nós mesmos.
Assim, impor igualdade na atividade econômica é desconhecer a realidade suprassensível, ou imaterial, do ser humano. Dessa morte anímica decorre a desmotivação e a improdutividade que minam os modelos econômicos planificados e, consequentemente, empobrece os países socialistas/comunistas. Ademais, coletivizar contraria a formação do livre-arbítrio.
Por fim, podemos enxergar como futura tendência o clamor público pela Fraternidade ou solidariedade (parece soar melhor). Esse deve ser o pilar da vida econômica correta. Implica em modelos ganha-ganha, ou seja, de colaboração e cooperação. “Fazer o bem sem olhar a quem” já é a regra número um do trabalho, porque temos que fazer nosso labor da melhor forma que podemos e, na maioria das vezes, sem sabermos para quem produzimos. Estamos mergulhados numa gigantesca rede de serviços anônima e autônoma, a servir uns aos outros sem distinção, por meio do nosso trabalho. Isto é, hoje, não produzimos para nós mesmos.
 DUDH, Art. I: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”.



         Publicado no Jornal Cinform em 04/08/2014 - Caderno Emprego