quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Inteligência Artificial (IA): Ouse pensar!

 

Inteligência Artificial (IA): Ouse pensar!


Vamos voltar um pouco no tempo para entender que as grandes transformações da sociedade humana, embora desafiadoras, vêm acompanhadas de soluções evolutivas igualmente impactantes. Assim convido a uma visita ao século XVIII, berço temporal da Revolução Industrial e do Iluminismo.

Nesse tempo, como é sabido, a Revolução Industrial surge na Inglaterra, impactando severamente a raça humana ao superá-la fazendo bens e produtos com ganhos inimagináveis de produtividade e qualidade. O ser humano de então, manufatureiro, viu sua aptidão física e muscular em desvantagem frente à energia do carvão combinado ao vapor da nova maquinofatura. Por certo o medo coletivo do “desemprego” deve ter atingido muita gente.

Ainda no mesmo século, em especial na França e Alemanha, a humanidade respondeu à ameaça provocada pela industrialização emergente com um salto evolutivo que a afastou dessa competição espúria, uma vez que os homens estavam vencidos pelas máquinas na condição de artífices. De que forma? Com o surgimento do Iluminismo simbolizado pelo filósofo Immanuel Kant (1724 – 1804), autor da frase “ouse pensar!” parafraseada no título deste artigo.

A partir de um mergulho interior no ser humano, o Iluminismo invoca o intelecto e eleva a condição humana com o desenvolvimento das ciências, da organização social e política, da formação do Estado, dentre outras conquistas legadas por revoluções ao redor do planeta, a exemplo da Revolução Francesa (1789).

Quando visto nesse contexto, o Iluminismo vem como resposta às ameaças causadas pela Revolução Industrial, demonstrando a superioridade humana sobre as tecnologias que ele mesmo criou.

Após alguns poucos séculos desses fatos históricos que resultaram em tantos ganhos para a humanidade, podemos fazer um paralelo com os dias atuais, frente às ameaças da Inteligência Artificial - IA sobre nós. Se lá atrás a força muscular foi derrotada pelas novas formas de energias, hoje, o pensamento cartesiano e lógico parece repetir a mesma derrota diante do desempenho das máquinas digitais com os fantásticos algoritmos da IA na velocidade da luz. Fica a sensação que a Era da Razão, logo da superioridade humana baseada nesse atributo, se esgotou e que inteligência agora é coisa de máquina. Será que argumentos ainda convencem ou encantam alguém? Que fazer com o “animal racional” diante das big techs?

É hora de partirmos para outro mergulho interior em busca de novo movimento evolutivo construído a partir de faculdades disponíveis sob a forma de potência dentro da infinitude humana. Quem sabe iniciarmos a Era da Consciência, e assim superarmos novamente nossas próprias criações tecnológicas nos elevando ao patamar de “animal consciente”.

Ouso sugerir a criação do movimento “Idonealismo” de consciência e coração éticos que arraste a humanidade à grandeza cósmica a que pertence. Isto é, a esferas supra planetárias onde a internet não chega, mas a nossa consciência e amor já se fazem presentes: “Conhece-te a ti próprio e conhecerás o universo e os deuses” Oráculo de Delfos.            

Paulo do Eirado Dias Filho, pedagogo, Diretor Presidente do ITP – Instituto de Tecnologia e Pesquisa.

Publicado na revista eletrônica TI&N Edição 26 em 10/01/2025

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