sábado, 26 de janeiro de 2013

Apresentação do livro "O Drama Sagrado de Elêusis"



    Apresentação


    Momentos especiais acontecem como por acaso. Eles chegam, não se sabe de onde, e ficam para sempre, como linhas paralelas que nascem exatamente aí. E, se cada um de nós tem uma linha da própria vida, esse encontro de linhas forma a trama do tecido social.

    Esse encerramento de curso de formação em Pedagogia Waldorf, revela essa trama bem feita com fios mágicos de alunos heróis, idealistas, construtores de uma nova realidade, resilientes e empreendedores. Parabéns a todos vocês que provam que é possível sim.

    Participaram com seus fios exemplares, os dedicados professores, profundos conhecedores e fieis à causa da verdadeira educação. Enfim, incansáveis. Muito obrigado!

     Aos apoiadores, Sr. Gerard Bannwart, Associação Beneficente Mahle e Associação Beneficente Tobias, nossos mais profundos e respeitosos agradecimentos. Sem vossas contribuições nenhum tecido dessa grandeza estelar seria fiado no Instituto Social Micael. Vocês são a prova viva de que a confiança sustenta o pilar econômico.

    Como um rito de passagem, concludentes deste curso encerram um ciclo para permitir o nascimento do novo. A trama expressa n’O Drama Sagrado de Elêusis eterniza esse momento especial. Peça teatral representada pelos alunos, cujas cenas estão ricamente expressas nas ilustrações desse livro, tesouro artístico produzido por eles com giz colorido. 

    Muito obrigado a todos que nos permitem viver esses momentos e, assim reconhecer que essas linhas paralelas se encontram mesmo é na infinitude humana.

    Paulo e Cida


    Este livro sintetiza a montagem e o enredo da peça teatral "O Drama Sagrado de Elêusis", de autoria de Edouard Schure, apresentada em 26/01/2013, pelos formandos da I Turma da Formação em Pedagogia Waldorf de Aracaju, pós-graduação latu senso do Instituto Social Micael com a Faculdade São Luís de França.   Mais informações em http://ismicael.blogspot.com.br


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O viúvo é o marido da viúva ou o professor ideal de tributos brasileiros




     Selecionar candidatos a uma vaga de emprego é tarefa árdua. Sempre há um grande risco na escolha e de consequências, geralmente caras e desastrosas para todos, se malsucedida.


Por certo, uma das áreas em que há grande dificuldade para se encontrar o profissional pleno é a de tributos. O Brasil produz 6 normas de código tributário diariamente nas esferas municipais, estaduais e federal. São tantos produtos reguladores, que desafiam a capacidade humana de compreensão e, pior ainda, a capacidade de explicar esse assunto a alguém. Esse “Samba do Crioulo Doido” composto na “Torre de Babel” tem que ser dominado por todos os brasileiros, já que a esses, não é dado o direito de desconhecer qualquer Lei.

Com efeito, uma empresa que não faz negócios com os demais Estados do País deve cumprir, à risca, pelo menos 3,4 mil normas tributárias. Isso equivale, aproximadamente, a acompanhar 38,4 mil artigos ou 89,5 mil parágrafos. Ou ainda: 286,2 mil incisos. Afinal, são 250 mil normas tributárias criadas desde a Constituição Federal de 1988, que regulamentam os 62 tributos vigentes. Porém, a todos, tranquiliza saber que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". É nesse cenário tenebroso que descobrir o professor perfeito para a matéria tem deixado muito recrutador experiente cronicamente insone.

Com Aderbal não era diferente. Experiente recrutador de uma faculdade de Administração e Direito, ele suava frio quando imaginava ter que encontrar e selecionar professor da matéria em comento. Pois, além de escassos numericamente, os candidatos dificilmente atendiam os pré-requisitos supraplanetários exigidos. Mesmo candidatos capazes de explicar para que servem bolsos de pijamas ou de colocar aliança em dedo de pato, não conseguiam convencer o selecionador de serem capazes de ensinar sobre nossos tributos. Até que, por uma dessas coisas que a lógica cartesiana não explica e que a visão imagética não convence, Aderbal, nosso dramático protagonista, percebeu - com seu calejado feeling - estar diante do candidato ideal por conta dessa pequena história contada por ele (o candidato, é claro):

“A alguns anos atrás eu conheci e acabei me casando com uma viúva, bem conservada, mas que já tinha inclusive uma filha crescida. Mais tarde, o meu pai se casou com a filha da viúva.

Então a minha enteada tornou-se minha madastra e eu virei padrastro do meu pai. Ao mesmo tempo, eu virei sogro do meu pai e minha esposa virou sogra do próprio sogro.

Depois a filha da minha esposa, minha madrasta, teve um filho. Este menino é meu irmão uma vez que ele é filho do meu pai, mas ele é também filho da filha da minha esposa, que o torna meu neto. Eu virei então avô do meu irmão.

Mas isso não era nada até a hora em que eu e a minha esposa tivemos um filho. Agora a filha da minha esposa, que é irmã do meu filho e também minha madrasta, tornou-se avó do próprio irmão. O meu pai, casado com a irmã do meu filho, acabou virando cunhado do próprio neto.

Eu sou cunhado da minha madrasta, minha esposa é tia da própria filha, meu filho é sobrinho do meu pai e eu sou avô de mim mesmo!”

E, para finalizar a esclarecedora narrativa com chave de ouro, o candidato ainda explicou tim-tim por tim-tim, os critérios que fundamentaram a pensão alimentícia que passou a receber, quando da separação litigiosa do seu pai, o cunhado do próprio neto. Além, da justa e lúcida partilha de bens resultante da morte da viúva, obviamente, como vimos, a tia da própria filha. E, carismático que é, o professor terminou demonstrando cabalmente que o viúvo é o marido da viúva.

Nem é preciso dizer que esse candidato tornou-se o professor que mais dominava a matéria sobre tributos brasileiros, posto que “não se ensina aquilo que se quer, ensina-se e só se pode ensinar aquilo que se é”, assim assegurou o pacifista francês Jean Jaurés, cem anos atrás, sem nem conhecer o Brasil.


        Publicado no jornal Cinform em 14/01/2013 – Caderno Emprego
        Publicado na Revista Tecnologia da Informação &Negócios nº 12/2013
                 Publicado em http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/o-viuvo-e-o-marido-da-viuva-ou-o-professor-ideal-de-tributos-brasileiros/84236/
                    Publicado na Revista Fecomércio Sergipe Nº 23 Fev/Mar 2017